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[café&torradas] Entrevista com a doutora em Ciências da Educação, Teresa Colomer, na revista Nova Escola

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A edição de agosto/2014 da revista Nova Escola, na seção  “Fala, Mestre!”, trouxe uma entrevista com a doutora em Ciências da Educação e coordenadora do Grupo de Pesquisa de Literatura Infantil e Juvenil e de Educação Literária (Gretel), da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), Teresa Colomer, sobre o ensino da literatura nas escolas, mas também sobre a importância do consumo da literatura em qualquer fase da vida para uma boa formação pessoal.
Separei 3 perguntas para compartilhar com vocês:
Nova Escola: Como definir o que é um leitor literário competente? 
Teresa Colomer: É qualquer pessoas que pode desfrutar da literatura lendo. Todos os que completaram a escolaridade obrigatória ou estão nela deveriam ter competência mínima nessa área. Se depois de adultos não quiserem ler, é uma escolha deles. Mas ninguém tem condições de tomar essa decisão se não conhece suficientemente esse universo.
NE: Ler literatura de maneira satisfatória impacta na formação de um bom escritor?
Teresa: Acredito que ninguém pode escrever literatura se não lê. É como quem se propõe a tocar música sem ter ouvido várias. Ao ler, temos condições de aprender como funciona a linguagem escrita, os modelos narrativos, as vozes dos personagens. Quem não é leitor pode até escrever como se fala, limitando-se  aos modelos orais, mas não outros registros literários intencionalmente mais elaborados. Por isso, a prática da leitura tem tanta importância na escola.
NE: Quais as funções da literatura?
Teresa: São muitas, entre elas apresentar outras perspectivas, permitir ao leitor se colocar na pele de outras pessoas e ver o mundo com distintos olhos. Ela também está relacionada à fantasia, à fabulação, que é uma necessidade humana, e por isso inventamos histórias desde sempre. E mais: a literatura constrói comunidades ao reunir pessoas que têm os mesmos referenciais, gostam dos mesmos personagens e das linguagens. Graças à poesia, por exemplo, lutamos com a nossa incapacidade de expressar tudo o que sentimos. Ela é o laboratório da língua e, tal qual as artes plásticas e a música, gera prazer.
NE: O que acha do uso dos livros adaptados e resumidos na escola, baseado no argumento de que os estudantes não conseguiriam entender os originais? 
Teresa: Não tenho uma opinião contundente. É uma questão complexa. Primeiramente, porque ainda não se fez um debate profundo sobre a qualidade da infinidade de material que está sendo produzido em suportes digitais. Em segundo lugar, porque temos de considerar que há boas adaptações, como a história de Dom Quixote, do espanhol Miguel Cervantes (1547-1616) assinada por Monteiro Lobato (1882-1948), Dom Quixote das Crianças, 152 págs., Ed. Globo Livros. Por fim, porque podemos até não sugerir a leitura de adaptações e resumos, mas as pessoas vão acabar em contato com eles de alguma maneira. Nesse momento, acredito que a indicação de leitura e o uso em sala de aula depende do livro. Uns respeitam o argumento do original, por exemplo. Especificamente com esses, os alunos podem aprender, mas não terão contato com a linguagem usada pelo autor, pois o texto foi simplificado. Isso é melhor do que não ler nada? Creio que sim.
>> Para ler a entrevista completa, é necessário adquirir a revista através do site oficial.

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